.
Expansão – Europa Continental
• A partir da Suíça, o calvinismo difundiu-se na França, no vale
do Reno (da Alemanha até a Holanda), na Europa Oriental (Boêmia, Polônia,
Hungria), e nas Ilhas Britânicas (Escócia, Inglaterra e Irlanda).
• A Academia de Genebra, fundada em 1559, foi muito importante
para a difusão inicial do movimento reformado em toda a Europa. Ela preparou
centenas de líderes que voltaram a seus países de origem, especialmente a
França, e difundiram as novas idéias.
• As perseguições religiosas, particularmente na França, Itália
e Países Baixos, também contribuíram para que a fé reformada fosse levada para
outras partes da Europa.
França. O movimento reformado experimentou enorme crescimento na
década de 1550, apesar de intensas perseguições. Em 1559 reuniu-se o primeiro
sínodo da Igreja Reformada da França, representando cerca de duas mil igrejas
locais, que aprovou a Confissão Galicana. Pela primeira vez, o presbiterianismo
foi organizado em âmbito nacional. Muitos dos reformados franceses, os
huguenotes, eram artesãos, comerciantes e nobres, concentrando-se especialmente
no oeste e sudoeste do país. Seus conflitos com o partido católico liderado
pela família Guise-Lorraine levaram a um longo período de guerras religiosas
(1562-1598), cujo episódio mais sangrento foi o massacre do Dia de São
Bartolomeu (24-08-1572), em que milhares de huguenotes foram mortos à traição
em Paris e no interior da França, entre eles o famoso Almirante Gaspard de
Coligny. A paz só foi restaurada em 1598, quando o rei Henrique IV, um
ex-huguenote, promulgou o Edito de Nantes, concedendo liberdade religiosa aos
reformados. Esse edito foi revogado em 1685, fazendo com que 300 mil huguenotes
abandonassem a França. Os remanescentes formaram o que ficou conhecido como “a
igreja no deserto.”
Alemanha. Desde cedo o movimento reformado penetrou no sul do
país, procedente da vizinha Suíça. O movimento cresceu com a chegada de
milhares de refugiados vindos de outras regiões (França, Países Baixos).
Estrasburgo foi um importante centro reformado entre 1521 e 1549, tendo como
grande líder o reformador Martin Bucer. Calvino ali esteve por três anos
(1538-41). Em Heidelberg, o príncipe Frederico III criou uma grande
universidade que tornou-se o centro do pensamento reformado na Alemanha. Nessa
cidade foi escrito o importante Catecismo de Heidelberg (1563). A Guerra dos
Trinta Anos (1618-48) resultou no reconhecimento final das igrejas reformadas
alemãs, que receberam o influxo de sessenta mil refugiados huguenotes após a
revogação do Edito de Nantes.
Holanda: inicialmente, o calvinismo surgiu no sul dos Países
Baixos (Antuérpia, 1555). Em dez anos, formaram-se mais de trezentas igrejas,
em parte devido à chegada de imigrantes huguenotes que fugiam das guerras religiosas
em seu país. Essas igrejas adotaram como sua declaração de fé a Confissão
Belga, escrita em 1561. O calvinismo foi implantado na Holanda no contexto da
guerra de independência contra a Espanha, iniciada em 1566 sob a liderança de
Guilherme de Orange. Como resultado do conflito, os Países Baixos dividiram-se
em Bélgica e Luxemburgo (católicos) e Holanda (reformada). O primeiro sínodo
nacional das igrejas reformadas holandesas reuniu-se em 1571 na cidade de
Emden, na Alemanha, e adotou um sistema presbiterial de governo baseado no
modelo francês. Eventualmente, a igreja reformada tornou-se oficial, embora nem
toda a população tenha aderido ao movimento. No início do século XVII, uma
disputa teológica resultou no Sínodo de Dort (1618-19), que rejeitou as idéias
de Jacó Armínio acerca da predestinação e afirmou os chamados cinco pontos do
calvinismo (depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, graça
irresistível e perseverança dos santos).
Europa Oriental: na década de 1540, graças a contatos com
cidades suíças, surgiram igrejas reformadas na Polônia e Boêmia
(Checoslováquia) e mais tarde também na Hungria. Na Boêmia, o movimento
reformado associou-se aos Irmãos Boêmios, os sucessores do antigo movimento
liderado pelo pré-reformador João Hus, morto em 1415. Na Polônia e na Lituânia,
as igrejas calvinistas experimentaram grande crescimento, mas eventualmente
foram suprimidas pela Contra-Reforma. A fé reformada foi introduzida na Hungria
em 1549, através de contatos com Zurique, mas as igrejas sofreram perseguições
de 1677 a 1781. Em 1970, a igreja reformada húngara tinha cerca de um milhão e
meio de membros. Também existe uma grande comunidade reformada na Romênia (700
mil membros em 1963).
II. Expansão – Ilhas Britânicas
Escócia: o protestantismo reformado foi levado para a Escócia
por George Wishart, que estudara na Suíça e foi morto na fogueira em 1546. As
primeiras igrejas reformadas surgiram no final da década seguinte. Os eventos
se precipitaram com o retorno do líder John Knox (c. 1514-1572), que passou
alguns anos em Genebra como refugiado, estudou aos pés de Calvino e retornou ao
seu país em 1559. No ano seguinte, o Parlamento aboliu o catolicismo e adotou a
fé reformada (Confissão Escocesa). Em dezembro de 1560, reuniu-se a primeira assembléia
geral da Igreja Presbiteriana escocesa, que elaborou o Livro de Disciplina.
Todavia, o Parlamento não aceitou esse primeiro Livro de Disciplina – que
prescrevia a forma presbiteriana de governo -, mas manteve o episcopado como
instrumento de controle estatal da igreja. Ironicamente, entre 1561 e 1567 a
Escócia foi governada por uma rainha católica, Maria Stuart. Após a morte de
Knox, Andrew Melville (1545-1622), outro ex-exilado em Genebra, tornou-se o
principal defensor do sistema presbiteriano e de uma igreja autônoma do estado.
Os próximos quatro reis, especialmente Carlos II (1660-85), procuraram impor o
anglicanismo e perseguiram os presbiterianos. Estes fizeram um pacto nacional
para defender a sua fé e ficaram conhecidos como “covenanters” (pactuantes).
Somente em 1689 o presbiterianismo foi estabelecido definitivamente, embora
algumas modificações feitas pelo Parlamento, como a Lei do Patronato Leigo
(1717), tenham produzido várias divisões na igreja. Em 1970, a Igreja da
Escócia tinha cerca de 1 milhão e 155 mil membros comungantes.
Inglaterra: desde o reinado de Eduardo VI (1547-1553) surgiram
fortes influências reformadas neste país. Martin Bucer, o reformador de
Estrasburgo, passou seus últimos anos na Inglaterra. Calvino correspondeu-se com
o rei Eduardo, com Somerset, o lorde protetor, e com Thomas Cranmer, o
arcebispo de Cantuária. O Livro de Oração Comum e os Trinta e Nove Artigos
revelam clara influência reformada. Durante o reinado de Maria Tudor (1553-58),
a Sanguinária, muitos protestantes ingleses refugiaram-se em Zurique e Genebra.
Porém, a rainha Elizabete I (1558-1603) não apreciava os aspectos populares da
forma presbiteriana de governo, preferindo uma estrutura episcopal que deixava
o controle último da igreja nas mãos das autoridades civis.
No seu reinado, surgiram os puritanos, alguns dos quais
sustentavam princípios presbiterianos. Os reis Tiago I e Carlos I (1625-1649),
que governavam a Inglaterra e a Escócia, continuaram a opor-se aos puritanos.
Carlos fez guerra contra os escoceses presbiterianos e viu-se em dificuldades.
Para isso, precisou convocar a eleição de um parlamento, que teve uma maioria
puritana. Dissolvido o parlamento, houve nova eleição que resultou numa maioria
puritana ainda maior. A conseqüência foi a guerra civil, que terminaria com a
execução do rei. Esse parlamento puritano convocou a Assembléia de Westminster
(1643-49), que produziu os “padrões presbiterianos” de culto, forma de governo
e doutrina (Confissão de Fé e Catecismos). Quando tais padrões foram aprovados
pelo parlamento, a Igreja da Inglaterra deixou de ser episcopal e tornou-se
presbiteriana. Porém, depois que Carlos II tornou-se rei em 1660, houve a
restauração do episcopado e seguiram-se vários anos de repressão contra os
presbiterianos. A Igreja Presbiteriana da Inglaterra, criada em 1876, tinha 60
mil membros comungantes em 1970.
Irlanda: a tradição reformada teve início na Irlanda com a
“Colônia de Ulster”, a partir de 1606. O governo inglês, no esforço de
“domesticar” os irlandeses, plantou comunidades inglesas e irlandesas nas
regiões devastadas pela guerra ao norte da ilha. Aos imigrantes escoceses, que
levaram consigo o seu presbiterianismo, uniram-se puritanos ingleses e
huguenotes franceses. Houve uma rígida separação étnica entre os novos
moradores e os irlandeses católicos do sul, e grande violência destes contra os
presbiterianos. Graças aos capelães de um exército pacificador, um presbitério
foi fundado no Ulster em 1642 e em 1660 já havia cinco deles. Os colonos
alcançaram prosperidade na nova terra, mas também se viram sujeitos a
restrições políticas, econômicas e religiosas impostas pelo governo inglês,
além de calamidades naturais como a seca. Com isso, a partir de 1715, os
“escoceses-irlandeses” começaram a sua grande migração para os Estados Unidos.
Até 1775, pelo menos 250 mil cruzaram o Atlântico. Em 1970, a Igreja
Presbiteriana da Irlanda tinha cerca de 140 mil membros comungantes.
III. A Assembléia de Westminster
Antecedentes: o rei Carlos I (1625-1649) queria impor o anglicanismo
aos puritanos ingleses e aos presbiterianos escoceses. Porém, estes últimos se
rebelaram e enfrentaram com êxito os exércitos reais. Precisando de mais tropas
e dinheiro, Carlos viu-se forçado a promover a eleição de um parlamento. Para
frustração do rei, os ingleses elegeram um parlamento puritano, que foi
prontamente dissolvido. Feita nova eleição, a maioria puritana tornou-se ainda
mais expressiva. Diante da recusa do parlamento em ser novamente dissolvido,
resultou uma guerra civil.
A Assembléia: por setenta e cinco anos os puritanos vinham
insistindo para que a Igreja da Inglaterra tivesse uma forma de governo,
doutrinas e culto mais puros. Assim, o parlamento convocou a Assembléia de
Westminster, composta de 121 dos mais capazes pastores da Inglaterra, 20
membros da Casa dos Comuns e 10 membros da Casa dos Lordes. Todos os 121
teólogos eram ministros da Igreja da Inglaterra e quase todos eram calvinistas.
Quanto ao governo da igreja, a maioria era a favor da forma presbiteriana,
muitos desejavam a forma congregacional e uns poucos defendiam a forma
episcopal. Essa questão gerou os debates mais longos e acalorados da
Assembléia, que reuniu-se na Abadia de Westminster, em Londres, a partir de 1º
de julho de 1643. Os trabalhos se estenderam por cinco anos e meio, durante os
quais houve mais de mil reuniões do plenário e centenas de reuniões de
comissões e sub-comissões.
Os escoceses: tão logo a Assembléia iniciou os seus trabalhos,
as forças parlamentares começaram a sofrer reveses na guerra. O parlamento
buscou o auxílio da Escócia, que concordou em ajudar sob uma condição – que
todos os membros da Assembléia de Westminster e do parlamento assinassem um
pacto solene comprometendo-se a manter e defender a Igreja Presbiteriana da
Escócia e a reformar a igreja da Inglaterra e da Irlanda em sua doutrina,
governo, culto e disciplina, de acordo com a Palavra de Deus. Isso foi aceito.
Os presbiterianos escoceses também puderam enviar representantes à Assembléia
de Westminster, quatro pastores e dois presbíteros, que participaram dos
trabalhos sem direito a voto. Eles exerceram uma influência desproporcional ao
seu número. Logo que chegaram e foi assinado o pacto solene (setembro de 1643),
houve uma mudança radical no trabalho da Assembléia. Até então, a idéia era
revisar os Trinta e Nove Artigos da Igreja Anglicana. Agora, passou-se a fazer
uma reforma completa da igreja.
Os documentos: a Assembléia de Westminster caracterizou-se na
somente pela erudição teológica, mas por uma profunda espiritualidade. Gastava-se
muito tempo em oração e tudo era feito em um espírito de reverência. Cada
documento produzido era encaminhado ao parlamento para aprovação, o que só
acontecia após muita discussão e estudo. Os chamados “Padrões Presbiterianos”
elaborados pela Assembléia foram os seguintes:
1. Diretório do Culto Público: concluído em dezembro de 1644 e
aprovado pelo parlamento no mês seguinte. Tomou o lugar do Livro de Oração
Comum. Também foi preparado o Saltério: uma versão métrica dos Salmos para uso
no culto (novembro de 1645).
2. Forma de Governo Eclesiástico: concluída em 1644 e aprovada pelo
parlamento em 1648. Instituiu a forma de governo presbiteriana em lugar da
episcopal, com seus bispos e arcebispos.
3. Confissão de Fé: concluída em dezembro de 1646 e sancionada
pelo parlamento em março de 1648.
4. Catecismo Maior e Breve Catecismo: concluídos no final de
1647 e aprovados pelo parlamento em março de 1648.
5. Conseqüências: com o auxílio dos escoceses, as forças
parlamentares derrotaram o rei Carlos I, que foi decapitado em 1649. O
comandante vitorioso, Oliver Cromwell, assumiu o governo. Porém, em 1660,
Carlos II subiu ao trono e restaurou o episcopado na Igreja da Inglaterra. Teve
início nova era de perseguições contra os presbiterianos. Na Escócia, a
Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana adotou os Padrões de Westminster logo
que foram aprovados, deixando de lado os seus próprios documentos de doutrina,
liturgia e governo que vinham da época de John Knox. Isso é ainda mais
surpreendente diante do fato de que somente quatro pastores escoceses
participaram da Assembléia de Westminster (Alexander Henderson, Robert Baillie,
George Gillespie e Samuel Rutherford). As razões para isso foram os méritos dos
padrões de Westminster e o desejo de maior unidade entre os presbiterianos das
Ilhas Britânicas. Da Escócia, esses padrões foram levados para outras partes do
mundo.
Fonte:
Walter L. Lingle, Presbyterians: Their History and Beliefs (Richmond: John Knox
Press, 1960).
Os Padrões de Fé de Westminster:
Observação: em 1991, a Casa Editora Presbiteriana publicou uma
edição especial da Confissão de Fé e dos Catecismos contendo, além do texto
desses documentos, a reprodução de todas passagens bíblicas pertinentes a cada
tópico.
Confissão de Fé: compõe-se de 33 capítulos, que abordam os
seguintes tópicos:
A Doutrina das Escrituras
1. Da Escritura Sagrada
A Doutrina de Deus (Ser e Obras)
2. De Deus e da Santíssima Trindade
3. Dos Decretos Eternos de Deus
4. Da Criação
5. Da Providência
A Doutrina da Salvação (Objetiva)
6. Da Queda do Homem, do Pecado e do seu Castigo
7. Do Pacto de Deus com o Homem
8. De Cristo o Mediador
9. Do Livre Arbítrio
A Doutrina da Salvação (Subjetiva)
10. Da Vocação Eficaz
11. Da Justificação
12. Da Adoção
13. Da Santificação
14. Da Fé Salvadora
15. Do Arrependimento para a Vida
16. Das Boas Obras
17. Da Perseverança dos Santos
18. Da Certeza da Graça e da Salvação
A Doutrina da Vida Cristã
19. Da Lei de Deus
20. Da Liberdade Cristã
21. Do Culto Religioso e do Domingo
A Doutrina do Cristão na Sociedade
22. Dos Juramentos Legais e dos Votos
23. Do Magistrado Civil
24. Do Matrimônio e do Divórcio
A Doutrina da Igreja
25. Da Igreja
26. Da Comunhão dos Santos
27. Dos Sacramentos
28. Do Batismo
29. Da Ceia do Senhor
30. Das Censuras Eclesiásticas
31. Dos Sínodos e dos Concílios
A Doutrina das Últimas Coisas
32. Do Estado do Homem depois da Morte e da Ressurreição dos Mortos
33. Do Juízo Final
Apêndice
34. Do Espírito Santo
35. Do Amor de Deus
A Doutrina de Deus (Ser e Obras)
2. De Deus e da Santíssima Trindade
3. Dos Decretos Eternos de Deus
4. Da Criação
5. Da Providência
A Doutrina da Salvação (Objetiva)
6. Da Queda do Homem, do Pecado e do seu Castigo
7. Do Pacto de Deus com o Homem
8. De Cristo o Mediador
9. Do Livre Arbítrio
A Doutrina da Salvação (Subjetiva)
10. Da Vocação Eficaz
11. Da Justificação
12. Da Adoção
13. Da Santificação
14. Da Fé Salvadora
15. Do Arrependimento para a Vida
16. Das Boas Obras
17. Da Perseverança dos Santos
18. Da Certeza da Graça e da Salvação
A Doutrina da Vida Cristã
19. Da Lei de Deus
20. Da Liberdade Cristã
21. Do Culto Religioso e do Domingo
A Doutrina do Cristão na Sociedade
22. Dos Juramentos Legais e dos Votos
23. Do Magistrado Civil
24. Do Matrimônio e do Divórcio
A Doutrina da Igreja
25. Da Igreja
26. Da Comunhão dos Santos
27. Dos Sacramentos
28. Do Batismo
29. Da Ceia do Senhor
30. Das Censuras Eclesiásticas
31. Dos Sínodos e dos Concílios
A Doutrina das Últimas Coisas
32. Do Estado do Homem depois da Morte e da Ressurreição dos Mortos
33. Do Juízo Final
Apêndice
34. Do Espírito Santo
35. Do Amor de Deus
Observação quanto ao texto da Confissão de Fé encontrado em A
Confissão de Fé, o Catecismo Menor e o Breve Catecismo: Exemplar do Líder, 1ª
ed. especial (São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1991):
Os Capítulos 34 e 35 foram acrescentados pela Igreja Presbiteriana
dos Estados Unidos da América (a Igreja do Norte) em 1903. A seção intitulada
“A Autoridade da Confissão de Fé e dos Catecismos” (pág. 162-F) foi escrita
pela Rev. John M. Kyle. (Ver a “Nota Histórica” que consta de edições
anteriores da Confissão de Fé).
Catecismo Maior: compõe-se de 196 perguntas e respostas
distribuídas em três seções:
1ª Parte: Da finalidade do ser humano, da existência de Deus, da
origem e da veracidade das Escrituras – Perguntas 1-5
2ª Parte: O que o ser humano deve crer sobre Deus – Perguntas
6-90
Deus ……………………………….. 6-8
Trindade ………………………….. 9-11
Decreto …………………………… 12-14
Criação …………………………… 15-17
Providência ……………………… 18-20
Queda ……………………………… 21-29
Pacto ………………………………. 30-35
Cristo, o Mediador ……………. 36-56
Salvação …………………………. 57-61
Igreja ………………………………. 62-65
União Vital ……………………… 66, 69
Vocação Eficaz ………………… 67-69
Justificação ……………………… 70-73
Adoção ……………………………. 74
Santificação ……………………… 75-78
Perseverança …………………….. 79-81
Últimas Coisas ………………….. 82-90
Trindade ………………………….. 9-11
Decreto …………………………… 12-14
Criação …………………………… 15-17
Providência ……………………… 18-20
Queda ……………………………… 21-29
Pacto ………………………………. 30-35
Cristo, o Mediador ……………. 36-56
Salvação …………………………. 57-61
Igreja ………………………………. 62-65
União Vital ……………………… 66, 69
Vocação Eficaz ………………… 67-69
Justificação ……………………… 70-73
Adoção ……………………………. 74
Santificação ……………………… 75-78
Perseverança …………………….. 79-81
Últimas Coisas ………………….. 82-90
3ª Parte: O que as Escrituras requerem do ser humano como seu
dever
Perguntas 91-196
A Lei de Deus …………………… 91-97
Os 10 Mandamentos ………….. 98-148
Pecado …………………………….. 149-153
Meios de Graça ………………… 154
Palavra ……………………………. 155-160
Sacramentos …………………….. 161-177
Oração …………………………….. 178-185
O Pai Nosso …………………….. 186-196
A Lei de Deus …………………… 91-97
Os 10 Mandamentos ………….. 98-148
Pecado …………………………….. 149-153
Meios de Graça ………………… 154
Palavra ……………………………. 155-160
Sacramentos …………………….. 161-177
Oração …………………………….. 178-185
O Pai Nosso …………………….. 186-196
(c) Breve Catecismo: possui 107 perguntas e respostas,
sintetizando os pontos mais importantes dos documentos maiores. Inclui uma
abordagem detalhada dos Dez Mandamentos (perguntas 41-81).
IV. O Presbiterianismo nos Estados Unidos
Os puritanos: o calvinismo chegou à América do Norte com os
puritanos ingleses que se radicaram em Massachusetts no início do século XVII.
O primeiro grupo fixou-se em Plymouth em 1620 e o segundo fundou as cidades de
Salem e Boston em 1630. Nas décadas seguintes, mais de 20 mil puritanos
cruzaram o Atlântico em busca de liberdade religiosa e novas oportunidades.
Todavia, esses calvinistas optaram pelo forma de governo congregacional, não
pelo sistema presbiteriano.
Grupos reformados: muitos calvinistas que aceitavam a forma de
governo presbiteriana vieram do continente europeu. Dentre os primeiros estavam
os holandeses que fundaram Nova Amsterdã (depois Nova York) em 1623. Os
huguenotes franceses também foram em grande número para a América do Norte,
fugindo da perseguição religiosa em sua pátria. Um numeroso contingente de
reformados alemães igualmente emigrou para os Estados Unidos entre 1700 e 1770.
Esses imigrantes formaram as suas próprias denominações e mais tarde muitos
deles ingressaram na Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos.
Os escoceses: muitos presbiterianos escoceses foram diretamente da
Escócia para os Estados Unidos nos primeiros tempos da colonização. Todavia,
foram os escoceses-irlandeses os principais responsáveis pela introdução do
presbiterianismo naquele país. Durante o século XVIII, pelo menos 300 mil
cruzaram o Atlântico. Eles se radicaram principalmente em Nova Jersey,
Pensilvânia, Maryland, Virgínia e nas Carolinas. No oeste da Pensilvânia, eles
fundaram Pittsburgh, a cidade mais presbiteriana dos Estados Unidos. O Rev.
Ashbel G. Simonton era descendente desses escoceses-irlandeses da Pensilvânia.
Francis Makemie: No século XVII as comunidades presbiterianas
dos Estados Unidos viviam dispersas. Foi só no início do século seguinte que
elas começaram a unir-se em concílios. Nesse esforço, destacou-se o Rev.
Francis Makemie (1658-1708), considerado o “pai do presbiterianismo americano.”
Ordenado na Irlanda do Norte em 1683, ele foi logo em seguida para a América do
Norte. Makemie fundou diversas igrejas em Maryland e viajou extensamente
encorajando os presbiterianos. Como a Igreja Anglicana era a igreja oficial de
várias colônias, ele sofreu muitas perseguições. Chegou mesmo a ser preso em
Nova York em 1706.
Organização: sob a liderança de Makemie, foi organizado em 1706 o
Presbitério de Filadélfia. Em 1717, organizou-se o Sínodo de Filadélfia,
composto de quatro presbitérios. Ao todo, a denominação tinha apenas dezenove
pastores, quarenta igrejas e cerca de três mil membros. Em 1729, foi aprovado o
“Ato de Adoção,” que aprovou a Confissão de Fé e os Catecismos de Westminster
como padrões doutrinários do Sínodo. De 1741 a 1758, os presbiterianos
dividiram-se em dois grupos por causa de diferenças acerca do avivamento e da
educação teológica: Ala Velha (Sínodo de Filadélfia) e Ala Nova (Sínodo de Nova
York).
A Revolução: nesse período de divisão, vários evangelistas notáveis
como Samuel Davies, Alexander Craighead e Hugh McAden trabalharam com grande
êxito no sul do país, especialmente na Virgínia e nas Carolinas. Durante a
Revolução Americana, os presbiterianos tiveram uma atuação destacada. O Rev.
John Witherspoon (1723-1794), um escocês que foi presidente da Universidade de
Princeton por vinte e cinco anos, foi o único pastor que assinou a Declaração
de Independência dos Estados Unidos, em 1776. Muitos presbiterianos lutaram na
guerra da independência.
A Assembléia Geral: em 1788, o Sínodo de Nova York e Filadélfia
dividiu-se em quatro (Nova York e Nova Jersey, Filadélfia, Virgínia e
Carolinas). No dia 21 de maio de 1789, reuniu-se pela primeira vez a
“Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América.”
Naquela época, a Igreja Presbiteriana era a denominação mais influente do país.
Em 1800, contava com 180 pastores, 450 igrejas e cerca de 20 mil membros.
Crescimento: em 1801, presbiterianos e congregacionais iniciaram
um trabalho cooperativo conhecido como “Plano de União.” O objetivo era
evangelizar com mais eficiência a população que estava indo para o oeste, a
chamada “fronteira.” Foi esse o período do avivamento conhecido como Segundo
Grande Despertamento. O resultado foi um avanço fenomenal. Em 1837, a Igreja
Presbiteriana já contava com 2140 pastores, quase 3000 igrejas e 220 mil
membros. O Seminário de Princeton foi fundado em 1812 (entre seus grandes
professores estiveram Archibald Alexander, Charles Hodge, A.A. Hodge e Benjamin
B. Warfield).
Divisões: devido a uma controvérsia sobre os requisitos para a
ordenação de ministros, surgiu em 1810 a Igreja Presbiteriana de Cumberland, no
Tennessee. Uma divisão mais séria ocorreu entre os grupos conhecidos como Velha
Escola e Nova Escola, aquele sendo mais apegado aos padrões de Westminster do
que este. Em 1837, a Velha Escola obteve a maioria na Assembléia Geral,
cancelou o Plano de União de 1801 e excluiu quatro sínodos inteiros, dividindo
ao meio a denominação. Foi criada a Junta de Missões Estrangeiras. Finalmente,
em 1857 e 1861 ocorreram novas divisões, desta vez ocasionadas pelo problema da
escravidão. As igrejas Nova Escola e Velha Escola do sul, favoráveis à
escravidão, separaram-se das do norte. Eventualmente, foram criadas duas
grandes denominações presbiterianas, a Igreja do Norte (PCUSA) e a Igreja do
Sul (PCUS), que enviaram muitos missionários a todo o mundo, inclusive ao
Brasil.
O Século XX: em 1903, a PCUSA alterou levemente três parágrafos da
Confissão de Fé de Westminster e acrescentou-lhe dois novos capítulos: um sobre
o Espírito Santo e outro sobre o amor de Deus e as missões. Mais controvertida
foi uma declaração acrescentada à Confissão que atenuou as suas afirmações
sobre os decretos de Deus.
Nas décadas de 1920 e 1930, a PCUSA foi abalada pela
controvérsia modernista-fundamentalista. Em 1936, J. Gresham Machen, o líder
dos conservadores, fundou sua própria denominação – a Igreja Presbiteriana
Ortodoxa. Em 1957, a PCUSA fundiu-se com uma pequena denominação presbiteriana,
surgindo a Igreja Presbiteriana Unida dos E.U.A. Apesar das dificuldades, a
igreja continuou a crescer. Entre 1900 e 1957, o número de membros passou de um
milhão para três milhões. Finalmente, em 1983, após mais de um século de
separação, as igrejas do norte e do sul uniram-se para formar a atual Igreja
Presbiteriana (E.U.A.), de tendência liberal. Antes disso, muitos elementos
conservadores haviam deixado as igrejas-mães e criado duas novas denominações:
a Igreja Presbiteriana da América (PCA, 1973) e a Igreja Presbiteriana
Evangélica (EPC, 1981).
V. Primórdios do Calvinismo no Brasil
• Antes da chegada do Rev. Ashbel Simonton, alguns grupos e
indivíduos reformados estiveram no Brasil.
Os franceses na Guanabara (1555-1567): no
final de 1555, chegou à Baía da Guanabara uma expedição francesa comandada pelo
vice-almirante Nicolas Durand de Villegaignon, para fundar a “França
Antártica.” Esse empreendimento teve o apoio do almirante huguenote Gaspard de
Coligny, que seria morto no massacre do dia de São Bartolomeu (24-08-1572).
• Em resposta a uma carta de Villegaignon, Calvino e a igreja de
Genebra enviaram um grupo de crentes reformados, sob a liderança dos pastores
Pierre Richier e Guillaume Chartier (1557). Fazia parte do grupo o sapateiro
Jean de Léry, que mais tarde estudou na Academia de Genebra e tornou-se pastor
(†1611). Ele escreveria um relato da expedição, História de uma Viagem à Terra
do Brasil, publicado em Paris em 1578.
• Em 10 de março de 1557, esses reformados celebraram o primeiro
culto evangélico do Brasil e talvez das Américas. Todavia, pouco tempo depois
Villegaignon entrou em conflito com as calvinistas acerca dos sacramentos e os
expulsou da pequena ilha em que se encontravam.
• Alguns meses depois, os colonos reformados embarcaram para a
França. Quando o navio ameaçou naufragar, cinco deles voltaram e foram presos:
Jean du Bordel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques le
Balleur. Pressionados por Villegaignon, escreveram uma bela declaração de suas
convicções, a “Confissão de Fé da Guanabara” (1558). Em seguida, os três
primeiros foram mortos e Lafon, o único alfaiate da colônia, teve a vida
poupada. Balleur fugiu para São Vicente, foi preso e levado para Salvador
(1559-67), sendo mais tarde enforcado no Rio de Janeiro, quando os últimos
franceses foram expulsos.
• A França Antártica é considerada como a primeira tentativa de
estabelecer tanto uma igreja quanto um trabalho missionário protestante na
América Latina.
Os holandeses no Nordeste (1630-54): depois
de uma árdua guerra contra a Espanha, a Holanda calvinista conquistou a sua
independência em 1568 e começou a tornar-se uma das nações mais prósperas da
Europa. Pouco tempo depois, Portugal caiu sob o controle da Espanha por
sessenta anos – a chamada “União Ibérica” (1580-1640).
• Em 1621, os holandeses criaram a Companhia das Índias
Ocidentais com o objetivo de conquistar e colonizar territórios da Espanha nas
Américas, especialmente uma rica região açucareira: o nordeste do Brasil. Em 1624,
os holandeses tomaram Salvador, a capital do Brasil, mas foram expulsos no ano
seguinte. Finalmente, em 1630 eles tomaram Recife e Olinda e depois boa parte
do Nordeste.
• O maior líder do Brasil holandês foi o príncipe João Maurício
de Nassau-Siegen, que governou o nordeste de 1637 a 1644. Nassau foi um notável
administrador, promoveu a cultura, as artes e as ciências, e concedeu uma boa
medida de liberdade religiosa aos residentes católicos e judeus.
• Sob os holandeses, a Igreja Reformada era oficial. Foram
criadas vinte e duas igrejas locais e congregações, dois presbitérios
(Pernambuco e Paraíba) e até mesmo um sínodo, o Sínodo do Brasil (1642-1646).
Mais de cinquenta pastores ou “predicantes” serviram essas comunidades.
• A Igreja Reformada realizou uma admirável obra missionária
junto aos indígenas. Além de pregação, ensino e beneficência, foi preparado um
catecismo na língua nativa. Outros projetos incluíam a tradução da Bíblia e a
futura ordenação de pastores indígenas.
• Em 1654, após quase dez anos de luta, os holandeses foram
expulsos, transferindo-se para o Caribe. Os judeus que os acompanhavam foram
para Nova Amsterdã, a futura Nova York.
Eventos posteriores: após a expulsão dos holandeses, o Brasil fechou as suas
portas aos protestantes por mais de 150 anos. Foi só no início dos século XIX,
com a vinda da família real portuguesa, que essa situação começou a se alterar.
Em 1810, Portugal e Inglaterra firmaram um Tratado de Comércio e Navegação,
cujo artigo XII concedeu tolerância religiosa aos imigrantes protestantes.
Logo, muitos começaram a chegar, entre eles um bom número de reformados.
• Após a independência, a Constituição Imperial (1824) reafirmou
esses direitos, com algumas restrições. Em 1827 foi fundada no Rio de Janeiro a
Comunidade Protestante Alemã-Francesa, que veio a congregar, ao lado de
luteranos, reformados alemães, franceses e suíços.
• Um dos primeiros pastores presbiterianos a visitar o Brasil
foi o Rev. James Cooley Fletcher (1823-1901), que aqui chegou em 1851. Fletcher
foi capelão dos marinheiros que aportavam no Rio de Janeiro e deu assistência
religiosa a imigrantes europeus. Ele manteve contatos com D. Pedro II e outros
membros destacados da sociedade; lutou em favor da liberdade religiosa, da
emancipação dos escravos e da imigração protestante. Ele escreveu o livro O
Brasil e os Brasileiros (1857), que foi muito apreciado nos Estados Unidos.
• Fletcher não fez nenhum trabalho missionário junto aos
brasileiros, mas contribuiu para que isso acontecesse. Foi ele quem influenciou
o Rev. Robert Reid Kalley e sua esposa Sarah P. Kalley a virem para o Brasil, o
que ocorreu em 1855. Kalley fundou a Igreja Evangélica Fluminense em 1858. No
ano seguinte, chegou ao Rio de Janeiro o fundador da Igreja Presbiteriana do
Brasil, o Rev. Ashbel G. Simonton.
fonte www.ippinheiros.org.br
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