BIOGRAFIA DE JHON WESLEY
John Wesley nasceu em 1703 e
sua infância foi fortemente influenciada por sua mãe, uma mulher rígida e
piedosa. Seu pai era um homem difícil de se agradar. Sua mãe acreditava que os
desejos das crianças deviam ser subjugados e que eles deveriam ser
disciplinados quando não se comportassem. John era o décimo quarto filho. Ele
teria morrido em um incêndio em Epworth Rectory se não tivesse sido arrancado
das chamas por um vizinho. Na época tinha sete anos e depois disso sua mãe o
lembrou várias vezes que ele era “um tição colhido do fogo”. Mais tarde ele
teve a certeza de que tinha sido poupado por um propósito, servir a Deus.
Samuel, o pai de John, era um erudito, que por muitos anos trabalhou em uma
obra monumental sobre o livro de Jó. Um pregador severo, para não dizer
implacável, uma vez exigiu que uma adúltera andasse nas ruas em sua vergonha.
Ele também forçou o casamento de uma de suas filhas depois que ela tentou fugir
com um homem que não era o escolhido de seu pai. Com seu pai e sua mãe, John
Wesley desenvolveu excelentes hábitos de estudo e também se acostumou com o
sofrimento físico.
John Wesley foi para Charterhouse School em 1714, para Christ Church College,
em 1720, e em 1726 foi eleito membro na Lincoln College em Oxford. Depois de
ser pastor auxiliar em Wroote, Lincolnshire, de 1727 a 1729, ele voltou à
Oxford não apenas para continuar seus estudos, mas também para começar a viver
uma vida mais devota e santa. Muitos outros jovens brilhantes tinham um curriculum como o de Wesley, mas poucos tinham a
sua dedicação. Ele dominava pelo menos sete idiomas e desenvolveu uma visão
verdadeiramente abrangente em todas as áreas da investigação. Quando ele voltou
de Wroote para Oxford, ele assumiu a liderança de um grupo chamado Holy
Club (Clube Santo),
iniciado por seu irmão Charles. Lá era onde eles reforçavam a fé através do
estudo das Escrituras e buscavam a santidade na vida de cada membro.
O
Clube Santo fazia muito mais do que refletir e orar. Eles iam às prisões levar
a palavra de salvação aos prisioneiros. Embora eles fossem ridicularizados por
seus companheiros de Oxford, de seu grupo de uma classe social mais baixa
saíram homens que se tornaram importantes para aquele tempo, particularmente os
irmãos Wesley, além de George Whitefield. O modo de vida de John Wesley exigia
jejuns periódicos, encontros regulares para estudo e auto-avaliação pessoal.
Somente muito tempo depois foi que ele percebeu que seu grupo seguia mais a
letra do que o espírito do cristianismo.
Em
1735 grandes mudanças atingiram John e Charles Wesley. O seu pai morreu e ambos
foram para a colônia da Georgia, nos Estados Unidos, com a bênção e
encorajamento de sua mãe. Lá foi uma prova para John, que entendeu que
realmente não gostava muito dos índios e sua rigidez não era muito apreciada
pelas pessoas da Georgia. Mas importante que isto, foi o contato de John na sua
viagem com um pequeno grupo de morávios. Estes homens e mulheres destemidamente
cantavam hinos durante terríveis tempestades no mar, ao mesmo tempo em que o
próprio Charles se desesperava. Isso o fez querer conhecer mais sobre a fé que
eles demonstravam ter. Em 1737 ele retornou à Inglaterra
.
Devemos
apreciar a humildade de John Wesley, pois ele podia ser crítico o bastante
consigo mesmo para parar suas atividades religiosas naquele momento e pensar
que era um ministro experiente demais para examinar sua falta de fé. Peter
Boehler, um morávio, deu-lhe a chave – pregar a fé até que ele a tivesse, e
então ele pregava a fé. John Wesley lutou com sua falta de fé até 24 de maio,
uma quarta-feira, em 1738, no famoso encontro de Aldersgate, foi quando ele
teve uma conversão, uma profunda e inconfundível experiência de fé. Seu
“coração foi estranhamente aquecido”. Então seu verdadeiro trabalho começou.
Como
tinha uma mente brilhante e aberta, John Wesley ainda conseguia retirar os
melhores recursos das melhores mentes do seu tempo. William Law, por exemplo,
foi seu professor, amigo e mentor por vários anos; mas Wesley achou que um
ingrediente importante estava faltando no programa de Law para uma vida devota.
Os discípulos de Platão conseguiram comunicar a Wesley uma estrutura
intelectual que era mais espiritual do que material, mas os hábitos mentais de
Wesley estavam moldados mais pelo modelo de análise de Newton do que pelo
platonismo. Os morávios eram o mais perto de uma síntese de todos os elementos
que ele desejava e pôde encontrar. Ele até mesmo visitou Herrnhut para saber
como sua comunidade trabalhava. Mas algo estava faltando lá, como em todo
lugar, e em 1740, ele e seus seguidores romperam com os morávios, mas não antes
que ele tivesse aprendido a pregar sermões ao ar livre, o que veio a ser mais
tarde uma parte essencial de seu ministério.
John
Wesley tinha 37 anos de idade quando começou a viajar e pregar. Ele
freqüentemente exagerava o número daqueles que vinham ouvi-lo. Muitas vezes, as
mesmas pessoas que precisaram de sua ajuda eram as mesmas que mais o
perseguiam. Ele pregava em púlpitos até que eles fossem fechados para ele, e
ele então pregava nos campos abertos. Ele pregava três vezes por dia, começando
às 5 da manhã, uma vez que os trabalhadores poderiam parar para ouvi-lo
enquanto andavam para o trabalho.
Algumas
vezes ele andava 60 milhas (mais de 90 quilômetros) por dia a cavalo. As
condições do tempo não importavam; ele fazia seu programa e o cumpria, não
importavam as dificuldades. Ele fugia de uma multidão zangada pulando num lago
gelado, nadava para fora dele e continuava a pregar novamente. E tinha uma
certa habilidade de trazer as pessoas hostis para o seu lado.
Em
1741 foi para Gales do Sul, para o norte da Inglaterra em 1742, Irlanda em
1747, e Escócia em 1751. No total, foi à Irlanda quarenta e duas vezes e à
Escócia vinte e duas vezes. Ele retornou à algumas cidades várias vezes. Houve
ocasiões em que ele retornava anos depois de sua última visita e registrava que
a pequena sociedade que ele ajudara ainda estava intacta e fiel. Ele examinava
cada membro de cada sociedade pessoalmente para buscar crescimento espiritual e
de fé. As sociedades então formadas proviam a organização local para seu
movimento.
O que
Wesley pregava? Santidade, honestidade, salvação, boas relações familiares,
vários outros temas, mas acima de tudo a fé em Cristo. Ele não pedia aos seus
ouvintes para deixarem suas igrejas, mas para continuarem indo nelas. Ele lhes
deu o refrigério espiritual que eles não achavam. Quando suas décadas de
provação produziram décadas de triunfo, as multidões aumentaram. Ricos e pobres
vinham para ouvi-lo falar. Ele desenvolveu redes de assistentes leigos. Suas
exortações para viver perfeitamente em amor hoje parecem duras, mas considere
os efeitos em suas congregações. Os xingamentos nas fábricas pararam, os homens
e as mulheres começaram a se preocupar com vestimentas limpas e simples,
extravagâncias como chá caro e vícios como o gim foram deixados por seus
seguidores, vizinhos deram um ao outro ajuda mútua através das sociedades.
Wesley
ensinou tanto pelo exemplo como pelos seus sermões. Ele publicou muitos de seus
textos para serem usados em devocionais e direcionou o lucro para projetos,
como um local de ajuda para os pobres. Sua vida pessoal estava além de
reprovação. Ele traduziu hinos, interpretou as Escrituras, escreveu centenas de
cartas, discipulou centenas de homens e mulheres e manteve em seus diários um
registro da energia investida, que dificilmente tem um rival na história
ocidental. Sua maneira de falar na linguagem do homem comum teve um impacto
imensurável no surgimento do inglês moderno, assim como os hinos de Charles
Wesley tiveram um grande impacto na música com suas muitas canções sem
mencionar a poesia da subseqüente era Romântica.
Mas o
impacto dos Wesleys nas classes mais baixas foi além de afetar seus hábitos de
vida e modo de falar. John Wesley proveu uma estrutura religiosa que era local
e pessoal, bem como fortemente moral. Sua teologia não tirava a liberdade e o
direito de ninguém, pois qualquer um podia achar a graça de Deus para resistir
ao diabo e ser salvo, se tão somente buscasse e recebesse. As sociedades que
ele formou preservaram em seus estudos o foco na fé – uma fé que também levou a
uma maneira de lidar com a realidade da vida das classes mais pobres. A
religião não era só para os ricos, mas Wesley também não estava pregando uma
revolta contra o anglicanismo.
O
anglicanismo de John Wesley era muito forte, embora os púlpitos anglicanos
tornassem-se totalmente fechados para ele. Só quando tinha oitenta e um anos
ele permitiu uma pequena divisão entre seus seguidores e a igreja nacional.
Tendo já enviado muitos homens à América, em 1784 ele ordenou mais pessoas para
este esforço missionário e, porque “ordenação é separação”, efetivamente
começou uma nova igreja. O conservadorismo dele era tanto político como
religioso. Ele publicou uma carta aberta às colônias americanas,
aconselhando-as a permanecerem leais à Grã-Bretanha, logo antes da Revolução
Americana. Ele não tolerava nenhuma conversa sobre agitação civil na
Inglaterra.
Muito
se tem discutido acerca de que outras forças estavam trabalhando na Inglaterra
além de Wesley e uns outros poucos pregadores. Por exemplo, a Revolução
Industrial que estava vindo progrediu mais rápido na Inglaterra do que em
qualquer outro lugar, dando aos homens novos tipos de trabalho; a justiça do
Sistema de Paz e o sistema de governo com um Primeiro-Ministro eram únicos na
sua forma e deram muito mais poder do que era possível em qualquer outro lugar
à classe média local e os grandes problemas que poderiam de outra forma causar
revolução, simplesmente não estavam presentes na Inglaterra depois de 1750.
Ainda assim sem Wesley e seus seguidores como poderia o ateísmo, tal como
existia entre os camponeses franceses, ser evitado e como poderia uma classe
inferior oprimida e dominada pelos vícios, ter esperança?
John
Wesley morreu em 2 de março de 1791, cerca de três anos depois que seu irmão
Charles morreu. Até seus últimos anos, ele colocou a mesma frase de abertura em
seu diário, como fazia a cada ano no seu aniversário, agradecendo a Deus por
sua longa vida e sua contínua boa saúde, afirmando que sermões pregados de
manhã logo cedo e muita atividade ao ar livre o mantiveram em forma para a obra
de Deus. Desde o momento em que ele tornou-se livre de influências, exceto a de
Deus, ele teve cinqüenta anos de serviço constante e fez um bem imensurável à
Inglaterra através da perseverança, resistência e fé. Seu legado não se limitou
ao seu século ou país, mas sobrevive até hoje na fé de milhões em várias
igrejas ao redor do mundo.
A seguinte frase foi
escrita em seu diário em 28 de junho de 1774:
Sendo hoje meu aniversário, o primeiro dia do
septuagésimo segundo ano, eu estava pensando como posso ter a mesma força que
tinha trinta anos atrás? Que a minha visão esteja consideravelmente melhor
agora e meus nervos mais firmes do que eram antes? Que eu não tenha nenhuma
enfermidade da velhice, e não tenha mais aquelas que tive na juventude? A grande
causa é, o bom prazer de Deus, que faz o que lhe agrada. Os meios principais
são: meu constante levantar às quatro da madrugada, por cerca de cinqüenta
anos; o fato de geralmente pregar às cinco da manhã, um dos exercícios mais
saudáveis do mundo; o fato de que nunca viajo menos, por mar ou terra, do que
4500 milhas (mais de 6.750 km) por ano.
FONTE; cristianismohoje.com
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